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Alemanha

A Alemanha está entre os 10 maiores países produtores mundiais de vinhos, com cerca de 900 milhões de litros anuais, exportando 360 milhões de litros para dezenas de locais. Seu mercado interno é bem forte, importando bem mais do que exportando vinho, com consumo de cerca de 20L per capita contra mais de 100L de cerveja.

No Brasil, no início dos anos 90, após a abertura do mercado pelo governo Collor, chegou a ter 80% de market share das importações (sobretudo com os famosos Liebfraumilch de garrafa azul) e hoje é pena ver que este share caiu para ínfimos 0,1%.

Acima de volumes, a Alemanha é uma das maiores referências mundiais em vinhos brancos, em especial da casta Riesling. Foi justamente por conta da má fama dos vinhos de garrafa azul dos anos 1980-1990 que gerou um movimento de qualidade na Alemanha, já desde o final dos anos 80. Hoje em dia, é uma opinião quase unânime dizer que, entre os especialistas mundiais, os grandes Riesling alemães, secos ou doces, estão no pódio dos melhores brancos do mundo.


Regiões

A Alemanha possui 13 regiões vinícolas:

  • Ahr
  • Baden
  • Franken
  • Hessische Bergstrasse
  • Mitterlrhein
  • Mosel-Saar-Ruwer
  • Nahe
  • Pfalz
  • Rheingau
  • Rheinhessen
  • Saale-Unstrut
  • Sachsen
  • Württenberg


Ahr

Com apenas 560 hectares, a escarpada região vinícola do Vale do Ahr é uma das menores do país. Sua rota do vinho tinto se estende por 35 quilômetros ao longo do rio Ahr, de Bad Bodendorf a Altenahr. Para quem decide percorrê-la na época da vindima, não faltam incentivos ao longo do caminho, como as provas de vinhos e os “winzervesper” – jantares oferecidos após cada jornada da colheita.

Região de Ahr


Baden

Banhada pelo sol, a terceira maior vinícola do país segue pelo Reno desde o Lago de Constança, no sul, até a cidade de Mannheim. Baden é a região mais quente do país. Por isso, suas uvas alcançam a pontuação mais alta na escala Oechsle, que mede a concentração alcoólica natural. A área é a principal fornecedora no país da casta Spätburgunder (Pinot Noir).

Região de Baden


Franken

A garrafa abaulada, conhecida como “bocksbeutel” (saco de bode) é marca registrada do vinho da Francônia (Franken), mas jovens vinicultores locais também tomam a direção contrária, deixando de lado todos os floreios românticos e apresentando seu produto em modernas vinotecas. Nessa região no centro-sul da Alemanha produz-se vinho há mais de 1.200 anos. Um dos preferidos é o branco Rivaner.

Região de Franken


Hessische Bergstrasse

Ao norte de Heidelberg passa a Rota das Montanhas de Hesse (Hessische Bergstrasse). Uma particularidade dessa região vinícola é comportar, em seus meros 452 hectares, 233 tipos de solo diferentes. Consequentemente, os vinhos se distinguem de um local para outro. Nenhuma dessas raridades chega ao comércio, sendo todas vendidas – e consumidas – in loco.

Região de Hessische Bergstrasse


Mittelrhein

A partir da cidade de Bingen, onde o Reno desenha uma curva mais pronunciada, começa o Vale do Médio Reno (Mittelrhein). Aí o leito do rio fica mais estreito e penetra no espetacular Maciço Renano. A viticultura define a paisagem, com vinhedos em terraço que se estendem até as portas de Bonn. Em 2002, a região foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco.

Região de Mittelrhein


Mosel

A região vinícola de Mosel, às margens dos rios Mosela, Saar e Ruwer, é a mais antiga da Alemanha. Graças aos romanos, que levaram a vitinicultura para lá 2 mil anos atrás. O Riesling feito na região é considerado um dos melhores da Alemanha.

Uma questão de ângulo: com 380 metros de altura e uma inclinação de até 68 graus, o Calmont é o vinhedo mais íngreme da Europa.

Região de Mosel


Nahe

A região do rio Nahe fica entre o Mosela e o Reno. De porte modesto, seus cerca de 4 mil hectares produzem castas como a Riesling, Silvaner e Rivaner (também denominada Müller-Thurgau). Para conhecer a área, duas boas opções são a idílica Rota Vinícola do Nahe ou a ciclovia regional. Já os amigos das caminhadas longas têm como opção a belíssima Rota do Reno-Nahe, com 100 quilômetros de extensão.

Região de Nahe


Pfalz

Uma região vinícola dos superlativos. O maior festival de vinho e o maior barril do mundo se encontram em Bad Dürkheim. E a primeira rota vinícola da Alemanha, a Deutsche Weinstrasse, atravessa o Palatinado (Pfalz). Seus 85 quilômetros interligam 130 vinícolas entre Bockenheim e Schweigen, na fronteira com a França. Todos os anos, a Rainha do Vinho alemã é eleita na região, em Neustadt.

Região de Pfalz


Rheingau

Há seis diferentes regiões vitivinícolas ao longo do Rio Reno, entre elas Rheingau, conhecida pelo Riesling, que ocupa quase 80% de suas terras, e o spätburgunder (ou Pinot Noir). Tudo começou no mosteiro de Eberbach, fundado por monges cistercienses da Borgonha, que trouxeram a arte da vitivinicultura para a região compreendida entre Hochheim e Lorch.

Região de Rheingau


Rheinhessen

Maior região vinícola alemã, Rheinhessen fica no oeste do país e se estende por 26 mil hectares, no triângulo entre as cidades de Mainz, Bingen e Worms. A tradição se iniciou no século 8º, e atualmente apenas cinco dos 136 municípios da região não produzem vinho. Rheinhessen é, por exemplo, a terra dos brancos Riesling e Rivaner, e do tinto Dornfelder.

Região de Rheinhessen


Saale-Unstrut

A área vinícola mais setentrional da Alemanha acompanha os rios Saale e Unstrut, e vai até os 51 graus de latitude, o limite natural para a vinicultura. Graduações Oechsle como na ensolarada Baden são impensáveis: os vinhos regionais apresentam-se bem secos, as safras são modestas. Ainda assim, os vinicultores aprenderam a extrair o máximo da natureza, com resultados excelentes e grande demanda.

Região de Saale-Unstrut


Sachsen

Como Saale-Unstrut, a região vinícola da Saxônia (Sachsen) fica no antigo território da Alemanha comunista, e ganhou novo impulso com a Reunificação, em 1990. Uma de suas especialidades são espumantes como o da adega Schloss Wackerbarth, a segunda mais antiga do gênero no país. Em meados de agosto, dezenas de produtores da região abrem suas adegas e vinhedos para provas e visitas.

Região de Sachsen


Württemberg

Nessa região vinícola com centros em Stuttgart e Heilbronn, o vinho é uma espécie de bebida nacional: Württemberg ostenta o dobro do consumo per capita frente ao restante da Alemanha. No festival anual de enologia Stuttgarter Weindorf, uma das especialidades é o tinto Trollinger. Não por acaso, a cidade é maior produtora da bebida em todo o país.

Região de Württemberg