Borgonha

A região de Borgonha é cheia de particularidades e ficou famosa por fazer os vinhos mais caros do mundo.

A complexidade da região de Borgonha é inversamente proporcional ao seu tamanho. Com pouco mais de 28 mil hectares, possui cem denominações de origem dentro de seis sub-regiões. A Borgonha é um mosaico gigantesco de vinhedos com personalidades próprias. A produção de vinhos na Borgonha remonta bem antes dos romanos, porém foram eles que criaram a tradição da viticultura na região. Daí vem o nome de um dos vinhos ícones da região: batizado de Romanée-Conti, o Domaine fez uma homenagem à influência romana no território.

Mas o esplendor da produção de vinhos em Borgonha tem seu início na Idade Média como os chamados “monges enólogos”. Os monges cistercienses que ocupavam a região desde o século X começaram a estudar a terra, novas formas de plantio e construíram muros baixos ao redor dos vinhedos para demarcá-los, dando início à tradição dos Clos: os vinhedos murados.

Hoje, as vinhas de Borgonha são reconhecidas como patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO. Esse trabalho de séculos na terra da Borgonha gerou os denominados Climats, que representam a expressão vinífera de cada parcela de terra cuidadosamente delimitada. São mais de mil Climats em toda a região da Borgonha, com características geológicas únicas, produzindo vinhos também únicos. O solo da Borgonha é precioso, pois tem base de calcário e argila: foi um oceano há milhões de anos, dando assim ao vinho um caráter de mineralidade no paladar. Uma ótima expressão dessa mineralidade são os vinhos da região de Chablis.

Louis Jadot Chablis 1ER Cru Fourchaumes

Embora não sejam as duas únicas uvas plantadas na região, a Chardonnay e a Pinot Noir reinam soberanas em Borgonha. Uvas antagônicas não só na coloração mas também na forma de cultivo. Enquanto a Chardonnay é uma casta forte e que adapta-se muito bem em quase todos os terroirs, a Pinot Noir é um uva de plantio mais complexo. Veja nossa seleção da Uva Chardonnay. Os enólogos e viticultores necessitam de conhecimentos técnicos específicos para extrair toda a elegância que a uva pode oferecer. Por ter uma casca fina e baixa acidez, o processo de vinificação fica mais complexo para dar uma boa estrutura ao vinho. Todo esse trabalho árduo aumenta ainda mais a exclusividade e a admiração que Pinot Noir da Borgonha tem no mundo.

Louis Jadot Bourgogne Pinot Noir Couvent Jacobins

Outra uva emblemática também plantada na Borgonha é a Gamay, na sub-região de Beaujolais. Os vinhos Beaujolais Nouveau se destacam pela leveza, boa acidez, muito frutados e sempre indicado para ser consumido muito jovem. Um vinho muito fácil de beber, indicado para dias mais quentes por ser um vinho despretensioso e sem complexidade. Mas não só de vinhos singelos vive a Beaujolais: outros tipos também são produzidos na região, como o Beaujolais-Villages que traz um corpo mais estruturado e aromas frutados mais interessantes que os Nouveau.

Louis Jadot Beaujolais Villages Combe Aux Jacques

Harmonizar vinhos tão distintos e cheios de particularidades pode ser uma tarefa difícil, e usar a harmonização geográfica pode ser uma boa dica. Essa harmonização busca combinar o melhor da gastronomia regional com a maior expressão de seus vinhos.  O prato mais popular da Borgonha é o Boeuf Bourguignon, que sempre harmoniza perfeitamente com os grandes vinhos Pinot Noir da região.  

Louis Jadot Pouilly Fuisse Petites Pierres

A Borgonha produz somente 3% de todo o vinho da França. Pela baixa produção e pela gigantesca complexidade de seu solo e singularidade dos vinhos de cada domaine, possui as garrafas mais raras, caras e disputadas de todo o mundo.

Sugestão de vinhos da região da Borgonha