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Estados Unidos

Os Estados Unidos ocupam a quarta posição no ranking dos países que mais produzem vinho no mundo, ficando atrás apenas da França, Itália e Espanha, produzindo 2,43 bilhões de litros em 2019. E apenas na França, Itália, Espanha e Turquia existem mais vinhas do que lá. Deste montante, cerca de 90% dos vinhos provenientes do país são produzidos na Califórnia, tornando esta uma das maiores regiões produtoras de vinho do Novo Mundo. Os Estados Unidos também confirmam sua posição como o maior país consumidor de vinho do mundo em 2019, atingindo um recorde de 3,30 bilhões de litros por ano.

A história do vinho nos Estados Unidos é antiga, pois desde seu descobrimento se tentou produzir vinhos com as variedades locais (Vitis labrusca, Vitis riparia, Vitis rotundifolia, Vitis vulpina e Vitis amurensis), uvas comuns, conhecidas como americanas, que geravam vinhos simples e pouco saborosos.

A partir de 1619 começaram a vir mudas de uvas viníferas e enólogos da Europa para tentar produzir vinhos de qualidade como os franceses, inicialmente na costa leste, com resultados medíocres, principalmente pelo cruzamento com as uvas nativas.

Foi percebido que, naquela região, apenas as uvas nativas (Vitis Americana) sobreviviam ao terroir, uma vez que tinham adquirido resistência a estes males. Destas, os colonizadores passaram a produzir vinhos hoje conhecidos como Vinhos de Mesa.

Pouco tempo depois, na Costa Oeste, um padre franciscano chamado Junípero Serra fundou a missão de San Diego em 1769, levando com ele as uvas de origem espanhola Mission. O clima de calor da Califórnia (na época ainda pertencente ao México) era ideal para a plantação, sendo descoberto um novo terroir ideal para as Vitis Viníferas. Aos poucos, durante quase um século de plantio ligado à Igreja, a viticultura foi se espalhando em todo o estado, transformando-o no reduto da produção de vinho no país.

Na segunda metade do século XIX, com a chamada Corrida do Ouro, a costa oeste dos Estados Unidos teve um aumento populacional significativo e a demanda por vinho acompanhou esse crescimento. Não demorou para que a área para o plantio e cultivo das uvas aumentasse exponencialmente, assim como os investimentos nos vinhedos, que fez com o que a produção de vinhos se estabelecesse definitivamente na região. Em 1870, as principais vinícolas da Califórnia hoje conhecidas mundialmente já existiam e produziam vinhos de qualidade.

American
viticultural áreas – AVA

As AVAs são definidas pelo Alcohol
and Tobacco Tax and Trade Bureau – TTB a pedido de produtores e outros
interessados. Uma série de fatores e requisitos são analisados entes de sua
aprovação. Em 2010 havia aproximadamente 200 AVAs registradas, distribuídas por
todo o país, estando a maior parte delas na Califórnia.

Principais regiões, uvas e vinhos


Embora as vinhas estejam distribuídas por todo o país, é na Califórnia, Washington, Oregon e Nova York que estão os principais centros da vitivinicultura. De fato, esses estados produzem vinhos que podem rivalizar em qualidade com os melhores do mundo.

Califórnia

A Califórnia possui diversas
particularidades territoriais. É um estado costeiro, com inúmeras praias e
também possui montanhas, desertos e vales. O clima predominante é o
mediterrâneo, com muito sol, noites mais frescas e chuvas em épocas bem
definidas. O verão é seco e o inverno chuvoso. Porém, a maioria de suas regiões
vinícolas possui características muito particulares em relação ao solo e clima,
propiciando diferentes terroirs, o que beneficia o cultivo de uma ampla
variedade de uvas.

Napa Valley e Sonoma Valley são as duas principais regiões de produção vitivinícola na Califórnia, com mais de 800 vinícolas somente nessas regiões. A região da Napa Valley, com mais de 500 vinícola, concentra o maior número de vinícolas no mundo em uma única região; Sonoma, com mais de 300 vinícolas está entre as mais representativas também. Mendocino, Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley e Alexander Valley são outras regiões vitivinicultoras conhecidas na Califórnia.

À parte dos vinhos de larga escala,
produzem-se rótulos de excelente qualidade, reconhecidamente entre os melhores
do mundo, especialmente a partir de Zinfandel, Cabernet Sauvignon, Merlot,
Pinot Noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc. São vinhos muito bem vinificados,
potentes e com notas tostadas de carvalho francês de barris de primeiro uso.

Duas são as influências mais comuns no estilo desses rótulos. A primeira vem do longo tempo que os cachos ficam no pé aguardando serem colhidos, que confere complexidade, opulência e sabores de fruta madura aos vinhos, embora, por vezes, resulte também em graduação alcoólica desbalanceada. A segunda é decorrente do seu caro processo de vinificação. Nesse ponto, não há economia por parte dos produtores. A seleção das uvas é rigorosa, os equipamentos são de alta tecnologia e a fermentação acontece em ambiente de temperatura controlada.

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Oregon

A Vitis vinífera chegou à Oregon no final do século XIX. A fase moderna da vitivinicultura, entretanto, data de 1961, quando a vinícola Hillcrest se estabeleceu próximo à cidade de Roseburg. Somente em 1966 mudas de Pinot Noir foram plantadas em Willamette Valley, hoje o epicentro da indústria do vinho em Oregon. As atenções se voltaram para o local em 1975, quando o Eyrie Vineyard Pinot Noir 1975 ficou com a segunda colocação em uma degustação envolvendo vinhos franceses top e rótulos do Novo Mundo.

A região de vinhedos se estende a
partir do sul da cidade de Portland. Os que ficam em áreas costeiras apresentam
clima marítimo e recebem influência das correntes quentes vindas do Pacífico.
Em Willamette Valley AVA, os invernos são amenos e os verões, quentes e
nublados.

North Willamette Valley Winery Tour | The Official Guide to Portland

Atualmente, há mais de 5 mil hectares de vinhedos plantados e mais de 300 vinícolas estabelecidas no estado. A cepa mais bem-sucedida é a Pinot Noir, razão pela qual, embora bem menor em termos de área de vinhedos e volume de produção, Oregon tem maior reconhecimento do que Washington. Ao lado da Pinot Noir, produz-se bastante Pinot Gris e Chardonnay. Ao sul de Willamette ficam as regiões de Umpqua Valley e Rogue River Valley, já bem próximos da fronteira com a Califórnia. Nessas áreas, o clima mais quente permite o cultivo de Cabernet Sauvignon e de Merlot. A qualidade dos vinhos do Oregon é muito boa e vem melhorando ao longo dos anos, a partir da seleção de melhores clones.

Washington

O início da indústria do vinho em Washington se deu nos anos 30, a partir do cultivo da variedade americana Concord em Yakima Valley. Atualmente ainda se encontram muitos vinhedos dessa cepa, destinada, todavia, apenas à produção de sucos e geléias. Em 1969, quando a vitivinicultura estourou na Califórnia, havia apenas duas vinícolas no estado. Em 2005, esse número já era de 345, sendo que a cada ano aproximadamente 40 são inauguradas. As áreas de vinhedos expandiram 100% em cinco anos.

A maior parte dos vinhedos de Washington estão plantados em Columbia Valley AVA, Yakima AVA – um distrito de Columbia – e Walla Walla AVA. O solo é praticamente desértico e o cultivo das vinhas somente se torna possível devido à irrigação. Além disso, geadas ocorrem no inverno, normalmente a cada seis anos, reduzindo a produção da safra do ano seguinte.

Best Washington Wineries | Food & Wine

Ainda assim, Washington é o segundo
maior estado produtor de vinhos dos Estados Unidos, ficando atrás apenas da
Califórnia. Os destaques são para os rótulos elaborados a partir de Chardonnay,
Merlot, Cabernet Sauvignon e Syrah.

New York

Quatro são as mais importantes áreas produtoras de vinho no Estado, abrangendo oito AVAs: Finger Lakes, logo ao sul do Lago Ontário, no centro do Estado; Lake Erie, na fronteira oeste; Hudson Valley, ao norte da cidade de Nova York, uma região tradicional, porém de menor importância; e Long Island, responsável por grande parte da produção de vinhos de qualidade superior.

Até 2005, havia aproximadamente 210 vinícolas estabelecidas no estado. As principais variedades brancas cultivadas são Chardonnay, Riesling, Gewürztraminer, Pinot Blanc e Sauvignon Blanc. As quatro primeiras adaptam-se bem em todas as regiões, já a Sauvignon Blanc só se dá bem em Long Island. Dentre as tintas, destacam-se Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Cabernet Franc e Merlot, sendo as duas últimas as mais promissoras.

Sugestões de rótulos: