Douro

A história de Douro começa em 1756, quando Sebastião José de Carvalho e Melo designou, por lei, a Região Demarcada do Douro, em busca de proteger o Vinho do Porto, produto estratégico para o comércio internacional de Portugal. Mais de 200 anos mais tarde, uma nova iniciativa regulou a produção de vinhos tranquilos (vinhos sem gás, sem inserção extra de álcool ou/e açúcar e com teor alcoólico aproximado à 14%).

A geografia da região:

Cobrindo 927 km da Espanha ao Porto, o Douro é composto por três sub-regiões: Baixo Corgo, com 13.700 hectares, Cima Corgo, com 20.500 ha, e Douro Superior, com 9.700 ha de vinhedos. Entre as grandes regiões portuguesas, o Douro apresenta a mais baixa produtividade, com 4 mil quilos por hectare. São 21.432 viticultores, dos quais 13.360 possuem menos de 1 hectare de vinhedo, 7.355 têm entre 1 e 10 hectares, 457 têm entre 10 e 20 hectares e apenas 254 cultivam mais de 20 hectares.

Rio Douro

Também é chamada de Duero, na Espanha, devido ao único rio que banha seus arredores. Ele nasce Duero, na província de Sória, Serra de Urbión, a mais de 2 mil metros de altitude. Percorre pouco mais de 800 km até chegar à sua foz, no norte de Portugal, na lindíssima cidade de Vila Nova de Gaia, vizinha à Cidade do Porto, a segunda mais importante cidade de Portugal.


A região vitivinícola

O Vale do Rio Douro, uma das regiões vitivinícolas mais lindas do mundo, possui atrações naturais fantásticas. Seus socalcos ou patamares com as plantações de uvas à beira do rio fazem o cenário perfeito aos olhos. Suas regiões principais formam um conjunto incrível de regiões vitivinícolas onde brotam as uvas destinadas ao famoso Vinho do Porto e a fabulosa produção de vinhos de mesa.



As uvas

O que mais os diferencia são as uvas autóctones da região, que são notadamente especiais. Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinto Cão e Sousão são algumas das mais destacadas, sendo a casta indígena portuguesa Touriga Nacional a grande vedete por possuir características singulares, principalmente nos aromas. Alguns produtores elaboram vinhos varietais com 100% dessa casta, mas os mais destacados são produzidos por vinhas velhas, que geralmente são uma miscelânea das cepas plantadas no mesmo espaço de terra, muitas delas com mais de 100 anos de vida. Os varietais, em sua grande maioria, são produzidos a partir de vinhas que foram plantadas mais recentemente.

As castas brancas predominantes são Malvasia Fina, Viosinho, Donzelinho e Gouveio.



Os vinhos

Se produz vinhos de duas maneiras:

  • A tradicional é feita em lagar – um recipiente de pedra largo e raso -, onde se produzem vinhos com cor e taninos acentuados e bom potencial de envelhecimento.
  • O método moderno usa cubas de inox com controle de temperatura, produzindo vinhos mais elegantes e aromáticos.

No processo de maturação do vinho, antes de seu engarrafamento, tradicionalmente usava-se grandes vasilhas de madeira usada, sendo substituídos hoje por barricas novas de carvalho ou cubas em inox.

  • Tintos: feitos com as uvas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinto Cão, sua grande maioria resulta em um blend de várias castas, complexos, ricos e característicos de Douro. São divididos entre:
    • Para consumir jovens: a maioria apresenta cor rubi e aromas de frutas vermelhas, como framboesas e morangos, florais e de madeira; são de médio corpo e equilibrados. Acompanham pizzas, massas, bacalhau ou pratos de carne pouco elaborados.
    • De guarda: cores e aromas profundos, intensos e complexos. Quando novos, é comum surgirem notas de frutas negras, chocolate, balsâmicos, violeta e madeira, sendo vinhos bem estruturados e com taninos presentes. Harmonizam bem com pratos de carne vermelha com condimentos fortes. No seu apogeu, possuem aromas delicados e complexos. Em boca, é macio, mas ainda equilibrado. Grande parte dos rótulos feitos em Douro apresentam a designação “Reserva” ou “Grande Reserva”. Já esses, harmonizam bem com pratos de caças.
  • Brancos: Os secos são feitos com as uvas Malvasia Fina, Viosinho, Gouveio e o Rabigato. São divididos em:
    • Para consumir jovens: pálidos, refrescantes e com aromas de frutas cítricas e florais. Em boca, equilibrados. Harmonizam bem com pratos de peixes e saladas ou com aperitivos.
    • De guarda: boa intensidade aromática e boa complexidade que geralmente fermentam ou estagiam em madeira, apresentando cor dourada e aromas tostados e de fruta tropical. Em boca, são persistentes. Acompanham bem pratos de peixe gordo, como salmão ou bacalhau, também podendo ser servidos com frangos ou coelhos.
  • Rosés: Apresentam bela cor rosada e aromas deliciosos de framboesa e cereja. Em boca, são suaves e doces. Acompanham bem aperitivos no verão, comida japonesa, indiana e tailandesa.

Sugestão de rótulos